sábado, 17 de junho de 2017

Dois autores

Descobrir um autor de quem se gosta é bom.
Descobrir um autor de quem se gosta muito, é muito bom.
Descobrir dois autores que nos fascinam no espaco de um mes é, no mínimo, angustiante.
Depois de nova incursao por terras catalas em Abril, a minha bibliotecária de eleicao e inspiracao para o mundo dos contos despediu-se de mim com uma recomendacao imperdível: Isto tens que ler que é a tua cara. Chegado a Hamburgo, dirigi-me à mínima e encantadora livraria Seitenweise que amiúde me alimenta a fantasia de um dia vir a ser livreiro, encomendei o Das Große Buch für Kindergeschichten do suico Franz Hohler. No dia seguinte lá tinha o livro à minha espera e o sempre imperdível comentário de uma das donas que me garantiu que o que me esperava era inaudito. O conjunto de contos, teoricamente para criancas, fascinou-me desde o início gracas a um humor incomparável e a um ritmo de escrita verdadeiramente alucinante que mo fez devorar em pouco tempo, fazendo-me regressar à livraria para encomendar o conjunto de contos para adultos. Infelizmente o Franz Hohler nao se encontra traduzido para portugues, mas sim em espanhol, frances ou ingles. Imperdível para todos os que amam contos e nao só.
Já o recomendei a uma grande amiga desta vida dos contos que no outro dia me saudou com um abraco (coisa rara por estas bandas) agradecendo a referencia. Autores assim fazem bastante mais sentido quando partilhados.

A segunda paixao arrebatadora foi o britanico Hanif Kureishi. Por ironias desta vida tenho vindo a coleccionar livros dele que tenho vindo a adoptar em encontros fortuitos na rua, mas foi de uma das bibliotecas da cidade que li o primeiro livro dele Love+Hate. O impacto foi tal que de repente me encontrei numa espiral obsessiva a ver vídeos dele no Youtube, coisa que já nao acontecia desde que descobri Vikram Seth. Nao conseguindo disfarcar a ideia de que adorava poder encontrá-lo de forma casual num bar, sentar-me ao lado dele e nao lhe dirigir palavra a noite inteira, tem-me perseguido a vontade de continuar a ler mais obras dele. E artigos. E entrevistas. E de dizer bem alto, leiam, leiam!

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